Literatura

 

Anna Swir


Ele teve sorte


Para o Prof. Wladyslaw Tatarkiewicz



O homem velho
deixa a sua casa, traz os seus livros.
Um soldado alemão agarra os livros
atira-os para a lama.

O homem velho apanha-os,
o soldado bate-lhe na cara.
O homem velho cai,
o soldado pontapeia-o e vai-se embora.

O homem velho
fica estendido na lama, a sangrar.
Sente debaixo de si
os livros.



(versão  a partir da tradução inglesa do polaco de Magnus J. Krynski e Robert A. Maguire reproduzida em The poetry of survival, organização e introdução de Daniel Weissbort, Peguin Books, Londres, 2ª (?) edição, 1993, pp.

Anna Swir (Swirszczynska), 1909–1984, was born in Warsaw. A member of the Polish Resistance, she served as a military nurse during the Warsaw Uprising and once waited sixty minutes to be executed. The author of six poetry collections, Swir describes the suffering witnessed during wartime. Talking to My Body (Copper Canyon Press, 1996) deals frankly with sensuality and the female body.


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67-68).
O POETA DE MOGUER
Sucesso de Platero e eu reduziu a importância literária da obra do profundo Juan Ramón Jiménez

Na primavera de Córdoba, ano passado, uma exposição evocava dois poetas de duas gerações literárias espanholas: Juan Ramón Jiménez e Luis Rosales. O lugar do primeiro, na poesia ibérica do século 20, é simplesmente entre os gigantes Antonio Machado e Federico García Lorca (além de ter sido distinguido com o prêmio Nobel de literatura, em 1956).

Não é pouco, mas não é exatamente pela láurea sueca - às vezes, duvidosa - que se deve medir a importância de Juan Ramón Jiménez, grande de Espanha na poesia e "poeta de Moguer", conforme ele preferia se apresentar, quando necessário (nunca era, na verdade, e todo mundo perguntava: "Moguer? Onde fica Moguer?")...
Vivia exilado desde o final da Guerra Civil que devastara o seu país, e, no final, já não estava bem de saúde, ao tentar finalizar um longo poema intitulado Tempo e espaço. Acima de tudo, lembrava da infância - em Palos de Moguer - mais do que jamais a recordara, antes, em países e hotéis estranhos, ao longo do tempo que não se passa da mesma maneira para os poetas verdadeiramente grandes. Moguer le dolía - como só doem os primeiros amores.
"Ó mãe, de algo me esqueço que não sei que seja.../ Ó mãe, que é que eu olvido? - A roupa já está toda, filho./ - Sim, mas algo falta que não sei que seja/ Ó mãe, que é que eu olvido?/ - Já não vão os livros todos, filho?/ - Todos, mas algo falta que não sei que seja..." etc. O poema de Jiménez intitulado O adolescente prossegue assim, nesse comovente cantochão no qual uma mãe supervisiona as coisas no dia da partida do filho, e este sente falta antecipada dela, das "auroras diferentes, dos matinais caminhos, dos distantes eucaliptos noturnos" - até que todas as perguntas são caladas pelas respostas dispersivas, a mala rústica é fechada, e "o menino do carabineiro grita, atrás do carro: Adeus!".
Jiménez ficou em Moguer, na província de Huelva (onde nasceu, em 1881), durante quase toda a vida - da imaginação. Fisicamente, ele logo tomou o rumo de Sevilha, e, depois, já estava na Madri de 1900, tentando sobreviver numa capital muito agitada para o seu temperamento melancólico, se não mesmo algo sombrio e sempre sentindo a falta de "alguma coisa que não estava ao pé de si", como recordava o poeta Rafael Alberti, um dos seus mais jovens amigos (como García Lorca e outros).
Na Madri do começo do século, Juan foi encontrar o gênio nicaragüense de Rubén Darío, chefe de escola do Modernismo que vinha tentando renovar a poesia hispano-ibérica ainda emperrada naquelas tradições emanadas do "Século de Ouro". Para o poeta Pedro Salinas - em El Problema del Modernismo em España - embora esse modernismo tenha desembarcado "imperialmente em Madri, buscando um poesia dos sentidos, trêmula de atrativos sensuais e deslumbrante de cromatismo um tanto estetizante demais" etc., o fato é que jovens poetas como Jiménez, no contato com Darío e outros sul-americanos - além de alguns espanhóis inquietos com a fossilização da forma poética novecentista - puderam lustrar de brilhos novos as velhas palavras castellanas (Juan Ramón fazendo uso de "las más exquisitas notaciones de sensibilidas, de matiz y de sonido que han salido de la poesia modernista española").
Para Pedro Salinas, na maturidade o poeta de Moguer iria, entretanto, extrapolar - por méritos próprios - o perfil do modernista espanhol da primeira hora. Com grande argúcia crítica, Salinas analisa, por exemplo, o poema Veio, primeiro, pura, incluído no livro Eternidades (que Jiménez publicou em 1916), para encontrar nele o fio de meada do caminho de um poeta já libertado mesmo das boas influências. Ou seja, nos versos célebres, primeiro se tem a etapa da inocência e da simplicidade formal. Logo, a "rainha faustosa de tesouros", de roupagens estranhas etc., alude alegoricamente à rica sensualidade da poesia modernista, que Jiménez também havia cultivado. O poema passa a expressar, então, o cansaço disso, e o desgosto do bardo diante desse conceito da poesia, o que o faz chegar até o "ódio" (dele/dela), até só voltar a sorrir para a "amada", quando esta se despoja das vestes suntuosas e volta a se entregar à pureza "desnuda" - que equivaleria ao período pós-modernista da obra do prêmio Nobel de 40 anos depois.
Ou seja, da brava geração de 1898, Juan Ramón partira para depurar ao máximo a sua expressão poética, encontrando a dicção própria pela qual seguiria ainda mais longe, ao revisar, incansavelmente, mesmo os poemas anteriores, publicados ou não. No mesmo ano da publicação de Eternidades, o poeta se casou e, então, produziu alguns dos mais belos poemas de amor da poesia já rica no gênero. Ele havia expandido e contraído o verso, respectivamente de acordo com o modernismo e com aquilo que o poeta e crítico português Jorge de Sena chamou de "interiorizadas pesquisas das vivências ao longo de décadas ricas de mudança". Ao final disso, Jiménez estava livre para escutar - como todo poeta maior - a voz autônoma que sempre carregara consigo, desde a partida de Moguer... Porém um fato exterior viria de encontro à paz necessária para se completar o seu projeto poético.
Nuvens sombrias do mundo da política se acercam da Espanha para fazer de Guernica o campo de experimentação da também "nova" destruição em massa. A beleza está em perigo, e a República espanhola sofre debaixo das botas dos nacionalistas de Francisco Franco, avançando para calar, matar e instaurar a ordem da Direita triunfante também em Portugal, na Itália e na Alemanha. E isso atingiria até a vida interior dos poetas.
A vida interior? Não, não só isso: a vida mesma deles está sob ameaça, e o jovem Lorca, amigo de Jiménez, é o primeiro a tombar sob as balas de ódio do regime que escreve horríveis "poemas", com o sangue dos inocentes. ("Viva la Muerte!", conforme o grito de uma platéia alucinada, que o general franquista Millán Astray adotaria como sinistra divisa). Juan Ramón Jiménez decide, então, abandonar a pátria - e essa será a segunda dor da sua vida.
Platero e eu Até aqui, se falou de Jiménez sem mencionar o livro pelo qual ele é mais conhecido: Platero e eu, de 1914, uma obra que remonta ao ambiente campesino de Moguer, com a sua gente simples - e um humilde burrico sob o foco central.
Gerações se encantaram com as historietas contadas nessa obra, a respeito de um animal descrito com inesquecível ternura:
Platero é pequeno, peludo, suave; tão macio, que dir-se-ia todo de algodão, que não tem ossos. Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal negro. Deixo-o solto, e vai para o prado, e acaricia levemente com o focinho, mal as roçando, as florinhas róseas, azuis-celestes e amarelas... Chamo-o docemente: "Platero", e ele vem até mim com um trote curto e alegre (...) pelas últimas ruelas da aldeia. Os camponeses, vestidos de escuro e vagarosos, param a olhá-lo: - Tem aço... Tem aço. Aço e prata de luar, ao mesmo tempo.
Sem dúvida que a popularidade do livro foi fundamental, na atribuição do prêmio Nobel ao poeta exilado primeiramente em Coral Gables. O galardão da academia sueca reconhecia o poder de comunicação da obra (uma espécie de O pequeno príncipe de antes da Segunda Grande Guerra), mas também tentava chamar a atenção para o veio principal da poesia do espanhol exilado como Pedro Salinas, Rafael Alberti e tantos outros espanhóis de talento espalhados pelo mundo. PlateroTempo e espaço, um longo poema, com trechos em prosa intercalados com a poesia jimeneziana típica, na sua maturidade de artista e homem que havia "sofrido" o seu século também na carne cansada. não deixou de se tornar, infelizmente, um redutor da importância de Juan Ramón como poeta profundo, complexo e, ao mesmo tempo, pleno de lirismo arrebatador. Essas qualidades se evidenciam, em grau avançado, nas partes que restaram concluídas daquela que ele planejou para ser a sua obra-prima, como visão do mundo e testamento literário:
Para infelicidade dos admiradores do poeta, Tempo e espaço restou inacabado, com muitas variantes escritas no período final, quando o equilíbrio psicológico de JRM também se via atingido pela distância da Espanha, de Madri - e de Moguer.
Dois anos depois da viagem a Estocolmo, para receber o Nobel das mãos de um representante das monarquias européias (que ele detestava), Dom Juan Ramón Jiménez faleceu em Porto Rico, no dia 29 de maio de 1958, aos 77 anos. E deixou muito mais do que Platero e eu, para todos que amem a alta poesia que nos torna mais humanos, ao dilatar a consciência em contato com a beleza imortal.
DOIS POEMAS DE JUAN RAMÓN JIMÉNEZ
VEIO, PRIMEIRO, PURA
Veio, primeiro, pura,
vestida de inocência;
amei-a como um menino ama.
Logo se foi vestindo
de não sei eu que roupagens;
fui odiando-a, sem saber.
Chegou a grande rainha,
Faustosa de tesouros...
Que fúria de fel eu tive!
Mas foi-se desnudando
e eu lhe sorrindo.
Quedou-se apenas na túnica
de sua inocência antiga.
De novo acreditei nela.
Despiu então a camisa
E surgiu toda desnuda...
Paixão da longa vida, poesia,
mais uma vez nua
e para sempre minha!

A MINHA ALMASempre tiveste a rama preparada
para uma rosa justa: andas alerta
sempre de ouvido quente à porta certa
do corpo teu, à flecha inesperada.
Nenhuma onda acaso vem do nada
que não arraste de tua sombra aberta
a luz mais ampla. De noite, estás desperta,
em tua estrela, à vida que se desvela.
Signo indelével pões às coisas todas.
E logo, feita glória de altos cumes,
Reviverás em tudo quanto selas.
Tua rosa será norma para as rosas;
o que ouves, da harmonia; e dos lumes,
o teu pensar; e teu velar, o das estrelas.

Fonre:Rascunho




Literatura Brasileira Hoje

Manuel da Costa Pinto

2a. edição, 2010
R$ 22,00
À venda na Livraria da Folha e nas principais livrarias do Brasil.
Para comprar pelo telefone ligue para 0800 140090
Descrição
Quem faz a literatura brasileira hoje? O que está em jogo na poesia e na prosa que se escreve no Brasil? Este volume 60 da coleção Folha Explica dá destaque a 60 autores - 30 poetas e 30 prosadores - da atualidade. De Manoel de Barros (nascido em 1916) a Tarso de Melo (1976), de Lygia Fagundes Telles (1923) a Nelson de Oliveira (1966), eles compõem um número amplo o bastante para demonstrar o que de mais relevante se tem escrito em nosso país. Dezenas de outros autores comparecem também, nos comentários à obra dos 60, para formar junto com eles um panorama único da nossa literatura.
A noite em que os hotéis estavam cheios

Moacyr Scliar

O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.

Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.

— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!

O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:

— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?

O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.

— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.

O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.

No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.

— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:

— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.

O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu. Saíram.

Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.

O texto acima foi publicado no livro "A Massagista Japonesa", Editora LPM — Porto Alegre, 1982, e extraído de "Contos para um Natal brasileiro", Editora Relume: IBASE — Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.




 

 

15/02/2011Início do conteúdo



Exposição britânica mostra carta de amor de mais de 500 anos

Primeiro documento contendo a palavra 'namorado' na língua inglesa está em exposição na Biblioteca Britânica.


    Neste mês em que boa parte dos países do mundo comemora, no dia 14, o Dia dos Namorados, a Biblioteca Britânica de Londres está expondo o mais antigo documento contendo a palavra Valentine ("namorado", em tradução livre) de que se tem conhecimento na língua inglesa.
Trata-se de uma carta de amor enviada em 1477 por Margery Brews a John Paston. Nela, a remetente pede ao destinatário que não desista dela, apesar da recusa, pelos pais de Brews, em aumentar o dote da filha.
Como parte da exposição, os pesquisadores da Biblioteca Britânica localizaram os descendentes de Brews e do seu amado.
Em mensagem ao seu ryght welebeloued Voluntyne, em inglês arcaico, (right well-beloved Valentine, em inglês moderno, ou "querido namorado", em tradução livre), Brews promete ser uma boa esposa.
"Yf that ye loffe me as Itryste verely that ye do ye will not leffe me" (If you love me, I trust (...) you will not leave me, ou "se você me ama, sei (...) que não vai me deixar"), diz Brews.
Na carta, ela também promete amor eterno e verdadeiro acima de todas as coisas terrenas e fala do sofrimento do seu corpo e do seu coração diante do contínuo silêncio do noivo.
Dinheiro x amor
Segundo o curador da exposição, Julian Harrison, a carta revela que, se por um lado o pretendente à mão de Brews aparenta ter considerações financeiras em mente, a remetente revela, claramente, inclinações românticas.
"Não quer dizer, necessariamente, que ninguém tenha usado a palavra Valentine em qualquer contexto antes, mas esta foi, provavelmente, uma das primeiras vezes que ela foi escrita".
E para a historiadora Helen Castor, da Universidade de Cambridge, a importância da carta de Margery Brews para a compreensão de como eram os relacionamentos no período é imensa.
"Uma das coisas maravilhosas em relação a esta carta em particular é que ela é tão pessoal", disse Castor.
"Ela dá uma ideia muito verdadeira do como era o relacionamento entre um jovem e uma jovem que querem se casar."
"Sem esta carta, não saberíamos que este foi um casamento por amor."
"Nós partimos do pressuposto de que, nessa classe social e nesse período, os casamentos eram feitos por conveniência, por razões dinásticas", explica a historiadora. "Mas as cartas de Margery mostram que tudo se encaixa em torno do fato de que esse era um casal que realmente amava um ao outro."
534 Anos Depois
O arqueólogo Rob Edwards, de 38 anos, um descendente do casal, considera a carta de Margery um vínculo precioso com o passado.
"Ela é um lembrete de que as pessoas que você estuda são como nós, têm os mesmos sentimentos. E o fato de que são meus parentes acrescenta uma nova dimensão."
A jovem medieval tinha outras coisas em comum com apaixonados do século 21.
Ela usava abreviaturas - wt em vez de with (a preposição "com"), por exemplo. Muitos jovens, na internet ou em mensagens de celular, também encurtam as palavras.
Uma peculiaridade da carta é que ela não foi escrita pela mão de Margery. Segundo o curador Julian Harrison, a remetente provavelmente ditou a carta para que um homem a escrevesse.
"O fato de que ela não está escrevendo a carta não quer dizer que ela não sabe escrever, quer dizer que pode pagar a alguém para escrever para ela."
"As pessoas tendem a pensar que o povo no passado era analfabeto, mas na verdade os índices de alfabetização podem ter sido mais altos do que pensamos."
A história de amor de Margery e John teve um final feliz. Os dois se casaram e, em 1479, tiveram um filho, William. Margery morreu em 1495. John, em 1503.
Arquivo Paston
Para historiadores britânicos, o arquivo com mais de mil cartas da família Paston - a maioria delas aos cuidados da Biblioteca Britânica - oferece pistas fascinantes sobre as vidas da pequena nobreza durante a Idade Média.
São as mais antigas correspondências pessoais de que se tem registro na Grã-Bretanha.
Grande parte da documentação que sobreviveu desse período são documentos legais, registros governamentais, documentos financeiros e títulos de propriedades.
As cartas dos Paston foram escritas entre 1422 e1509 por três gerações da família, proprietária de terras na região de Norfolk, cidade no leste da Inglaterra.
Elas descrevem brigas de família, pais que reclamam, confrontos com a aristocracia e festas feitas na ausência das mães.
Mas a carta de Margery, a primeira Valentine inglesa, tem significado especial para os especialistas.
Ela é destaque na exposição Evolving English, da Biblioteca Britânica, que traça a evolução da língua inglesa. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

 

 

Movimento popular tenta salvar livrarias na Inglaterra

Definitivamente, essa não é uma boa fase para o livro impresso.
Enquanto nos Estados Unidos o antigo titã da indústria, a rede de livrarias Borders, sobrevive por aparelhos, na Inglaterra, o anúncio de que haveria cortes no budget federal reservado às livrarias públicas deu início a uma onda de protestos que provavelmente ganhará o status de tsunami nesse sábado, 5 de fevereiro.
Indignados com a informação, e com o iminente risco de fechamento de muitas livrarias pelo país (pelo menos 400 devem ser atingidas pelos cortes de orçamento), os ingleses programaram uma série de protestos que devem acontecer em âmbito nacional.
O movimento leva o nome de Save Our Libraries Day. Algo como: Dia de salvar nossas livrarias. E esse dia é amanhã, sábado, 5 de fevereiro.
Para chamar a atenção, mais de 80 eventos serão realizados em toda a Inglaterra, e eles vão desde leituras coletivas em livrarias, até protestos que esperam reunir centenas de pessoas com placas pelas ruas.
Outras manifestações incluem a retirada de todos os livros da estante da livraria, e, segundo o Guardian, iniciativas mais criativas como “roubar” livros das mãos de crianças e de cidadãos da terceira idade que estejam dentro das livrarias e substitui-los por placas com mensagens como “iletrado”, “isolamento social” e “pouca chance na vida”.
O movimento, de origem popular, incentiva todo e qualquer cidadão a se manifestar, mesmo que seja de forma isolada.
Autores consagrados, como Philip Pullman, já confirmaram presença em um ou mais eventos e o hashtag criado para apoiar a manifestação via twitter é #savelibraries.

 07/02/2011

Personagens de Guimarães Rosa ganham formas nas mãos de jovens artesãos de Curvelo e Araçuaí




João Carlos Oliveira/Dedo de Gente
Cavalo
Jovens reproduzem, em tamanho real, um cavalo; utilizando sucata de ferro
Guimarães Rosa é fonte de inspiração para cerca de 80 jovens artesãos de Curvelo, Região Central, e Araçuaí, Vale do Jequitinhonha/Mucuri, que criam personagens, animais e paisagens, descritos nos contos e romances do escritor, que retratava na literatura o cotidiano do sertanejo. Usando sucata de ferro, madeira de demolição e reflorestamento e retalhos de tecidos, os jovens, todos de famílias de baixa renda, fazem parte da Cooperativa Dedo de Gente, que criou, há 14 anos, o Projeto Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CDC), para promover a inclusão de adolescentes acima de 16 anos de idade no mercado de trabalho e socialmente. Lá, eles aprendem a profissão de artesão.

Diego Borges, 21 anos, de Curvelo, é um desses artesãos que criam obras de arte, cuja inspiração começa com a contação de histórias, feita nas rodas formada por jovens. O grupo lê trechos dos livros "Grande Sertão Veredas", "Manuelzão e Miguilim", "As Margens da Alegria", "Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio". "Sentamos no meio de sucatas e ficamos imaginando como seriam as peças e quais delas podem sair do ferro. Reunimos 12 pessoas para dar sugestões, opiniões e críticas para a realização do trabalho. E logo depois surge uma peça, criada a partir da imaginação de cada um de nós. Retratamos o cotidiano das nossas famílias", conta ele.

A bordadeira Carla Mariane Rodrigues Monteiro, 20 anos, é outro exemplo. Criatividade e inspiração não faltam para a criação de peças bordadas manualmente: jogos americanos, cortinas, almofadas, pegador de panela, luva de forno. "Estamos fazendo um resgate da cultura regional e familiar, herança dos nossos avós", resume ela. Carla diz que o projeto encanta desde o primeiro dia: "O elo que é criado conosco proporciona grande mudança nas nossas vidas. Espero crescer muito nessa área. A mudança que acontece é total, pois entramos com uma visão, aprendemos a dialogar, a melhorar até a relação com a nossa família", destacou.

O artesanato é vendido em todo o país. Eles atendem ao segmento de lojistas, atacado, varejo e brindes corporativos, encomendados por empresas. As regiões Sudeste e Sul têm o maior número de clientes, destacando-se os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Moto Grosso do Sul e Paraná. Em Minas, a maior consumidora é a cidade de Belo Horizonte.

A cooperativa Dedo de Gente pretende expandir suas vendas e prepara-se para comercializar o artesanato no mercado internacional ainda neste ano, informa o gerente comercial da cooperativa João Carlos Oliveira. "Temos o trabalho reconhecido no Brasil, agora nos preparamos para expandir. Estamos analisando os canais de vendas para o mercado exterior".

A ideia de transformar chapas de ferro em obras com o passar do tempo aprimorou-se. Hoje, os jovens usam criatividade e ousadia para retratar a vida e as atividades do dia a dia de quem mora na zona rural das regiões onde eles vivem. Na pequena fábrica, os jovens artesãos dão forma à sucata. São peças que entram para a história, como parte do resgate da cultura das cidades onde Guimarães Rosa buscou inspiração para escrever seus livros. Aos poucos, os personagens saem das páginas dos livros e formas. Mensalmente, a Cooperativa confeccionar cerca de 15 mil peças, feitas com sucata de ferro e bordados de objetos de decoração.

Aproveitando o ferro, eles fazem castiçais, arandelas, quadros, luminárias, fruteiras, carro de boi, cavalos, mandala, mulheres do Vale carregando lenha e baldes, carroceiro, árvore com anjo, menino passarinho, leitor, retirante, além de escravos e várias outras peças. Mas a criatividade dos artesãos vai além das fronteiras do Brasil: eles produzem também bonecos africanos e D. Quixote. Com madeira de demolição e reflorestamento, confeccionam mesas, aparadores e armários; os retalhos de tecidos são usados para bordados.

Grande parte desses materiais vem de doações de empresas; o restante é comprado usando o valor arrecadado com a venda das peças nas lojas das cooperativas e por meio do site www.dedodegente.com.br. Os preços variam de R$ 8 a R$ 16 mil, preço do touro Nelore, feito com sucata de ferro, cópia do animal, em tamanho real.

O gerente João Carlos Oliveira ressalta que um dos objetivos da instituição é trabalhar o desenvolvimento social dos jovens, de família de baixa renda. "Trabalhamos comprometimento com o meio ambiente, valores humanos e resgate cultural. Mas nossa missão é trabalhar a inclusão social. Aqui, eles ganham novas possibilidades de entrar no mercado de trabalho. Melhoram a autoestima, a interação com a família. Na verdade, tornam-se empreendedores".

O conceito de sustentabilidade que norteia a atividade da Dedo de Gente tem reconhecimento nacional. Em 2009, conquistou o Prêmio Sebrae Top100 de Artesanato, concedido as 100 melhores unidades produtivas do setor artesanal do Brasil. A instituição oferece outras atividades além do ofício de artesão. Em Araçuaí, há o Projeto Cinema Meninos de Araçuaí, selecionado para participar da 17ª Oficina Geração Futura do Rio de Janeiro neste ano. Eles criaram também peças para o filme "Um Sonho de Meninos", criado, dirigido e estrelado por eles mesmos. O filme é apresentado na zona rural do município, por meio do cinema itinerante, que usa uma parede como tela e a rua como sala de projeção, com auxílio de um gerador de energia que dão oportunidade de quem nunca foi ao cinema assistir a um filme.
 


 04/02/2011

Oswald de Andrade será homenageado em julho na Flip

 

 

Festa em Paraty acontece entre os dias 6 e 10 de julho e terá presença de biógrafo de Barack Obama


A herança estética de Oswald de Andrade (um dos artífices da Semana de Arte Moderna de 1922) continua viva e se desdobra de diversas maneiras. Esse foi o ponto de partida para o escritor paulista, cujo nascimento completa 121 anos hoje, ser escolhido como o próximo homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que ocorre entre os dias 6 e 10 de julho.


 

"É uma ótima oportunidade para mostrar que Oswald não foi apenas importante pela participação na Semana de 22", comenta Manuel da Costa Pinto, o novo curador da Flip. "São essenciais suas contribuições para o teatro (o trabalho do Oficina é exemplar) e também para a antropologia, como sua tese sobre messianismo e utopia (A Crise da Filosofia Messiânica)."
Além do homenageado, o curador anunciou também os dois primeiros confirmados para a edição deste ano: o americano David Remnick, autor de "A Ponte" (Companhia das Letras), biografia do presidente americano Barack Obama; e o argentino Andrés Neuman, cuja obra "O Viajante do Século" será editada pela Alfaguara.
"A Flip criou uma tradição em trazer escritores com perfil de jornalista ou biógrafo, daí a importância da presença de Remnick - ele poderá comentar sobre um dos grandes acontecimentos políticos recentes que foi a eleição do Obama", observa o curador. "Já Andrés Neuman é uma das apostas da nova prosa argentina, lembrado até pela conceituada revista literária Granta."
Morto em 1954, quando estava com 64 anos, Oswald de Andrade deixou trabalhos fundamentais como o Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) e o Manifesto Antropófago (1928), além de ter introduzido a prosa experimental no Brasil, com Memórias Sentimentais de João Miramar (1924). "Foi também um dos precursores do Tropicalismo e de poetas marginais dos anos 1970", revela o curador.

 

 03/02/2011

Causos de Catharina

Jornalista Eduardo Almeida Reis escreve sobre a vida de uma das mais conhecidas banqueteiras de BH

Texto: Raquel Ayres | Fotos:


Não há família na capital mineira que não pense no nome Catharina Matos quando o assunto é comemoração. É ela a comandante do bufê Catharina, famoso pela bela sede na avenida Raja Gabáglia, inaugurado na década de 90, de cuja cozinha saem iguarias que ficam na memória: foi uma das banqueteiras a introduzir o famoso estrogonofe na culinária mineira numa época em que o prato, hoje figurinha fácil, não era nem mesmo conhecido de suas parentes que moravam no Rio de Janeiro. O frango, uma das matérias-primas, tinha que ser comprado vivo.
Banqueteira de fama e empresária de sucesso, entre seus clientes estiveram desde nomes ilustres como Aureliano Chaves e Risoleta Neves até noivas e formandos que não abrem mão de uma festa em que o sabor das iguarias e a sofisticação andem juntos. Mas o que chama a atenção em sua biografia Catharina – Minhas Histórias, escrita em forma de crônicas pelo jornalista Eduardo Almeida Reis, é a quantidade de casos que ela tem para contar. Coisa de mineira mesmo.
Nascida na fazenda Barro Branco, Catharina começou a trabalhar muito cedo: com 11 anos saía vendendo doces pela rua de Itaúna. O pai, Luigi Tacco, veio da Itália para comprar uma fazenda. Como o Brasil não era aliado da Itália durante a Segunda Guerra, não pôde tirar o dinheiro do banco. De um dia para o outro a família perdeu tudo. Catharina parte então para o trem de sal; assim a mocinha chamava os pastéis e bolinhos que vendia para os funcionários do hospital recém-inaugurado na cidade. Os tempos eram tão diferentes: não havia uvas e chocolates em Itaúna, tinham que vir de Belo Horizonte. Doce feito de coco era um trabalhão: ela tinha que quebrar, descascar, lavar e ralar sacos de 30 cocos. Aos 18 já era requisitada para festas e ganhava por dia. Era querida das freguesas que apostavam em sua vitória. “A vida inteira tive gente que me auxiliou. Todo mundo com quem eu conversava me dava uma ajudazinha”, conta ela no livro.
Dona de mãos habilidosas, trabalhou em casa de família e qual não foi a surpresa da patroa quando viu que Catharina fazia lindos docinhos moldados: joaninha, pinguim, pintinho. Foram seus primeiros itens de sucesso quando chegou em Belo Horizonte. Continuava pegando encomendas e inventando pratos. Mas começou a dar aulas no Lar das Domésticas, espécie de agência de empregadas. Desdobrava-se para não perder nenhuma oportunidade. E de indicação em indicação foi trabalhar para a família de Magalhães Pinto. Fez festas no Palácio da Liberdade e agradou muitíssimo ao paladar do presidente JK com um rabinho de leitoa assado.
Se para os convidados a festa era deleite garantido, para ela era trabalho duro, nem mesmo conseguia tempo para festejar o Natal: comprava presentes para os quatro filhos e trabalhava sem parar. Os frutos vieram, a família prosperou e hoje seu nome é referência no quesito bufê e banquete. Só mesmo numa coisa ela não é boa: dirigir, nem pensar. Mas isto não é nada para quem começou vendendo trem de sal. Hoje, ela é cidadã honorária de Belo Horizonte e condecorada com a medalha Centenário do Palácio wdas Artes. Isto é que é festa! 


 

Delfina Acosta, en importante antologia

Delfina Acosta, en importante antología

ABC Digital

La escritora Delfina Acosta, columnista de nuestro diario, se encuentra entre los mejores autores contemporáneos de América, en lengua portuguesa, española, francesa, inglesa y holandesa, según se desprende de una información, que habla que la misma fue incluida en las páginas del libro  “Antología panamericana”, de próxima aparición.   

El encargado de la antología, Stéphane Chao, sintetiza la producción literaria del continente en un mapa de talentos con 48 cuentos escritos por autores de 30 países. El resultado de cuatro años de investigación es un hecho editorial inédito en Brasil. Chao estableció criterios estrictos para obtener el resultado más representativo posible, haciendo una difícil y minuciosa investigación literaria en los países del exterior.   


Delfina Acosta es poetisa y narradora. Ha ganado innumerables premios en ambas disciplinas. Ha publicado varios libros de poesía y cuentos. Formó parte del Taller de Poesía Manuel Ortiz Guerrero, donde publicó sus primeros poemas.   


Por su parte, el antólogo Stéfhane Chao nació en La Rochelle (Francia) en 1974. Fue director del Escritorio del Libro, de la Embajada de Francia en Brasil entre 1999 y 2003. Desde entonces, trabajó como agente literario internacional, promoviendo particularmente a los escritores brasileros. En 2007, ideó el Premio Cunhambebe de literatura extranjera en Brasil. Vive actualmente en Río de Janeiro.   


Los autores antologados son: Abdón Ubidia; Alberto Mussa; Alonso Cueto; Amilcar Bettega; Ana Teresa Torres; André de Leones; André Paradis; Dany Laferrière; David Toscana; Delfina Acosta; Edmundo Paz Soldán; Eduardo Berti; Edwidge Danticat; Edyr Augusto; Eloi Yagüe Jarque; Ellen Ombre; Enrique Jaramillo Levi; Ernest Pépin; Frank Martinus Arion; Horacio Castellano Moya; Jonathan Franzen; Jonathan Lethem; Jonathan Safran Foer; Jorge Franco; José Acosta; José Manuel Prieto; Juan José Saer; Junot Díaz; Luis López Nieves; Luis Sepúlveda; Luiz Ruffato; Marçal Aquino; Margaret Atwood; Mario Benedetti; Miguel Sanches Neto; Olive Senior; Rabindranath Maharaj; Raimundo Carrero; Raywat Deonandan; Richard Ford; Rodrigo Soto; Ronald Flores; Ronaldo Correia de Brito; Sergio Ramírez; Sherman Alexie; Steven Millhauser; Sylvain Trudel; Zee Edgell.   

 

 

 

 

Documentário indicado ao Oscar é 70% brasileiro, diz Meirelles

Cineasta comenta a polêmica de "Lixo Extraordinário" e brinca com divisão da estatueta entre britânicos e brasileiros

Guss de Lucca

Foto: null Ampliar
Fernando Meirelles fala sobre a estatueta do Oscar 2011: "Pensei em serrá-la ao meio"

Celebrado como o único representante brasileiro após o anúncio de indicados do Oscar 2011, o documentário "Lixo Extraordinário", uma coprodução entre Brasil (através da O2 Filmes, de Fernando Meirelles) e Inglaterra, virou polêmica ao ter apenas sua parte britânica reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Seguindo as regras da premiação, que permite que apenas duas pessoas sejam indicadas na categoria em questão, a Academia escolheu a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos, para receber a possível estatueta de melhor documentário - deixando de fora da festa o produtor executivo Fernando Meirelles e os codiretores Karen Harley e João Jardim.
Gravado no Brasil, "Lixo Extraordinário" aborda o trabalho do artista plástico Vik Muniz com os catadores de lixo de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Apesar de concebido pelo produtor inglês, o longa-metragem teve sua maior parte filmada, dirigida e produzida por brasileiros.
"Na minha conta o filme é uns 70% brasileiro, já que foi financiado 50% pelo Brasil e ainda rodado e montado aqui. Oficialmente é uma coprodução Brasil/Reino Unido", explica Fernando Meirelles.
De acordo com o cineasta, a O2 Filmes foi responsável pela captação de metade do financiamento do documentário, além de montar a equipe de brasileiros, fazer os contratos e produzir todas as filmagens - exceto as cenas rodadas na Inglaterra, que correspondem a 10% do filme. "Ainda chamamos os dois diretores brasileiros que trabalharam por seis meses por conta própria e montamos a primeira versão do filme aqui. Enfim. A O2 produziu o documentário", afirmou, deixando claro que a contribuição do parceiro inglês foi também fundamental. "Foi dele a ideia de fazer o filme e foi ele quem colocou o barco em movimento."
Questionado quanto a uma possível vitória da produção na cerimônia do Oscar, Meirelles sugeriu uma divisão curiosa da estatueta. "Pensei em serrá-la ao meio, a dúvida é quem fica com a parte de baixo. Talvez nós, os brasileiros, que somos menos racionais. Outra ideia seria serrá-la separando o lado esquerdo do direito - neste caso preferia ficar com o esquerdo, mais intuitivo. Se não me engano, quando se ganha o Oscar é possível pagar 12 mil dólares por uma réplica. Meio caro, não sei se vale."
A 83ª edição do Oscar acontece no dia 27 de fevereiro, domingo, no Kodak Theatre, em Los Angeles, e será transmitida ao vivo para mais de 200 países.
Assista ao trailer de "Lixo Extraordinário":



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